O que é o Titan?
Ele é um dos únicos submarinos tripulados de propriedade privada do mundo. Enquanto a OceanGate também opera um submarino irmão chamado Cyclops desde 2015, o Titan foi construído especificamente pela empresa para permitir que turistas visitem o naufrágio do Titanic.
De acordo com a empresa, o Titan pesa cerca de 23.000 libras (10.432 kg) e possui um casco de fibra de carbono com 13 cm de espessura, reforçado com duas tampas de titânio em formato de domo, padrão aeroespacial. Ele é capaz de atingir profundidades de até 4.000 m (13.123 pés) abaixo do nível do mar, muito além do submarino de mergulho mais profundo dos Estados Unidos, o USS Dolphin, que já alcançou 900 m abaixo do nível do mar.
Para contexto, os destroços do Titanic estão a 3.800 m de profundidade. Diferente de um submarino, os submersíveis têm reservas de energia limitadas e precisam de um navio de apoio separado que possa lançá-los e recuperá-los, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.
O Titan iniciou testes no mar em 2018, antes de realizar sua primeira viagem em 2021. No ano passado, fez 10 mergulhos, embora nem todos fossem para os destroços do Titanic. Uma vez desprendido de sua plataforma de lançamento e recuperação, os quatro propulsores elétricos do submersível ajudam a alcançar velocidades de cerca de 3 nós (3 mph; 4 km/h).
Como é por dentro?
O próprio submersível é extremamente estreito, medindo apenas 670 cm x 280 cm x 250 cm (22 pés x 9,2 pés x 8,3 pés), e pode transportar uma tripulação de apenas cinco pessoas - um piloto e quatro passageiros. Embora seja maior do que os concorrentes, os passageiros são obrigados a sentar no chão com espaço limitado para se mover.
Na frente da embarcação, há uma grande janela em formato de domo que oferece um ponto de observação, que a empresa afirma ser a "maior abertura de visualização de qualquer submersível tripulado em águas profundas".
As paredes do submersível também são aquecidas, pois as condições podem ficar extremamente frias em tais profundidades. Lâmpadas fixadas nas paredes são a única fonte de luz a bordo. No entanto, de forma incomum, ele inclui um banheiro privativo para os clientes na frente do submersível. Uma pequena cortina é puxada quando está em uso, e o piloto coloca um pouco de música a bordo. No entanto, o site da empresa recomenda "restringir sua dieta antes e durante o mergulho para reduzir a probabilidade de precisar usar as instalações".
A embarcação está equipada com poderosas luzes externas que são usadas para iluminar os destroços do Titanic. Várias câmeras 4K também estão acopladas ao exterior, e um scanner a laser e sonar externos são usados para mapear o navio. No interior, a tripulação pode ver o navio em ruínas em uma tela de exibição digital grande, enquanto revisa os dados coletados em vários tablets.
O Titan possui cerca de 96 horas de reservas de oxigênio a bordo, mas isso será afetado pela taxa de respiração da tripulação. Grande parte do interior, a empresa admite, consiste em várias peças de "tecnologia pronta", o que, segundo ela, "ajudou a agilizar a construção e tornar simples a operação e substituição de peças no campo".
Como o Titan é controlado?
O GPS não é uma opção quando os submersíveis mergulham a profundidades como o Titan. Em vez disso, um sistema especial de mensagens de texto permite que a tripulação receba instruções da equipe no navio de superfície acima. A bordo, o piloto manobra com base nessas instruções usando um controle de videogame modificado.
O Sr. Rush, em entrevista à CBS News no ano passado, disse que pilotar o submersível "não deveria exigir muita habilidade". Uma imersão completa nos destroços do Titanic, incluindo a descida e a subida, supostamente leva oito horas. Mas, quando o correspondente da CBS David Pogue fez uma viagem no Titan em 2018, as comunicações com o submersível falharam e ele ficou perdido no mar por mais de duas horas antes que as comunicações fossem restabelecidas.
Quais medidas de segurança estão em vigor?
O Titan tem que lidar com a enorme pressão exercida pelo oceano em tais profundidades. Segundo o site da OceanGate, ele possui um sistema para monitorar o casco da embarcação em tempo real. Possui sensores para analisar os efeitos da pressão em mudança no submersível durante o mergulho, a fim de avaliar a integridade da estrutura. Antes do submersível iniciar o mergulho, uma equipe de apoio tranca a tripulação por dentro, fechando a escotilha do lado de fora e selando-a com 17 parafusos.
A OceanGate afirma que é uma embarcação experimental e, quando a CBS viajou a bordo, o correspondente teve que assinar uma renúncia aceitando que "não foi aprovada ou certificada por nenhum órgão regulador e pode resultar em lesões físicas, incapacidade, trauma emocional ou morte".
Em um comunicado de imprensa em 2019, a empresa explicou por que o Titan não havia sido classificado por um órgão independente. "Apresentar a cada inovação a uma entidade externa antes de ser testada no mundo real é incompatível com a inovação rápida", afirmou.
Em um vídeo promocional, o especialista em segurança de software da OceanGate Expeditions, Aaron Newman, diz aos clientes em potencial que viajar no submersível "não é um passeio na Disney, você sabe". "Há muito risco real envolvido e muitos desafios", diz ele. No entanto, em 2018, especialistas em submersíveis expressaram "preocupação unânime" com a abordagem experimental adotada pela OceanGate ao construir o Titan e alertaram sobre possíveis problemas "catastróficos" com seu design.
Em uma carta ao Sr. Rush descoberta pelo New York Times, a Sociedade de Tecnologia Marinha afirmou que a empresa estava fazendo alegações "enganosas" sobre seu design, excedendo os padrões de segurança estabelecidos pela indústria.
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