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Foto do escritorMárcia Heliane Gomes

Minhas palavras ainda estão no ar…



A palavra encerra em si um poder impossível de quantificar. Uma palavra depois de dita não se pode apagar, nem apanhar de volta. É como uma folha de papel que se rasga em mil pedaços e se manda para o ar em um dia de vento. Os pedaços de papel são levados para todo o lado e por muito que se corra não se consegue apanhar.
 
Se muito se fala da palavra também se diz muito sobre o silêncio. Dizem que é de ouro. Por vezes é bom estar em silêncio, escutar em vez de falar, saber ouvir. O silêncio deixa de ser positivo quando é sinônimo de sofrimento, de dor, de quem quer falar e não pode. O calado vence sempre, ouve-se esta expressão muitas vezes, dita por pessoas de outro tempo, não muito distante, quando havia medo de falar. Muitos penaram, sofreram e até morreram, para que hoje, possamos falar livremente.
Eu nunca tive medo de falar. Já bradei em praça pública, discursei para grandes públicos, declamei poemas em saraus… Nunca tive medo das palavras. Sempre mergulhei fundo nos seus significados, nos seus sons, nos seus mistérios e na sua beleza. E, pretensiosamente,  colocava-os no papel sem nenhum escrúpulo, e até com uma dose de felicidade e excitamento. Deixava que elas deslizassem na minha emoção.
 
Essa minha vontade de escrever e fazer uso das palavras, embaladas em rimas ou não é inexplicável. Seria o meu pensamento diante das coisas do mundo ou o meu jeito ousado de dizer o que a alma dita nesse momento mágico da escrita. Do meu ponto de vista poético são as notas musicais disfarçadas de uma combinatória de letras que, somente com a suavidade da alma, é capaz de sentir a combinação dessas notas. São as palavras tecidas pelo alfabeto.
 
Diante de muitas páginas amareladas pelo tempo tornando-se alvas após cada releitura, eu reuni todas as minhas palavras em dois livros e assim as deixarei eternizadas.  São textos que abordam minhas memórias resgatando a infância, o amor, a fé, a humildade, a beleza da natureza, enfim, temas presentes no nosso cotidiano. Após cada texto e cada poema lidos a sensação que tive é que mergulhei em uma sensibilidade de sentimentos que me fez ver meus versos e minhas crônicas como uma canção embalada na voz do tempo onde a combinatória das notas musicais ecoam revelações, desejos e esperanças de um ser humano loucamente apaixonado pelo mundo das letras.
 
Minhas palavras sempre estarão no ar…

 

 

 

 

Márcia Heliane Gomes
 Escritora e editora
Responsável pela Aquarius Produções Culturais
Maio de 2024
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