Estamos saindo de um pleito eleitoral, que pelo seu balanço e resultados, não encontramos indicativo para fazer interpretação de resultados eleitorais com base de que se trata de embate entre esquerda e direita. Afinal, somos um país partidarizado, mas não politizado.
A maioria dos prefeitos e vereadores eleitos, foram para uma disputa dispolitizada, com fortes traços do fisiologismo que encrespou o debate político alienado e mercantilizado do velho voto de cabresto dos grotões que alimentam o que foi escrito em 1948, por Victor Nunes Leal, oriundo de sua tese de concurso público, denominada Coronelismo, enxada e voto. Um estudo da vida política brasileira a partir do coronelismo.
Passamos todo período da campanha eleitoral na base do discurso distante do que profundamente interessa a vida nas cidades, base da organização da sociedade. A crise climática com toda a sua complexidade passou ao largo do debate político em verdadeiro deserto de proposições para tornar a vida nas cidades com sustentabilidade.
Certamente temos de parar de colocar a culpa em Deus e no El Niño ou na La Niña. Sabemos das propostas tecnológicas para minimizar os efeitos das mudanças climáticas nas cidades. Sabemos ainda que não podemos acatar a desordenada expansão urbana e a impermeabilização do solo, aumentando a temperatura, sem deixar de considerar práticas como queimadas nem desmatamento do que resta de mata atlântica. O que fazer? É cobrar dos mandatários respeito e compromisso com cidades com sustentabilidade. Não existe meio termo.
Regis Cavalcante é Jornalista e professor da Ufal.
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