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Sua Majestade, O Circo, silencia e chora com a partida de Peró Andrade

16/12/24

By:

Redação

Produtora cultural que formou gerações em projeto sociais, Peró Andrade morreu neste domingo (15)

De repente, a colega Diana Monteiro,jornalista e servidora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) envia a mensagem: – A cultura alagoana e brasileira perdeu uma “militante” e idealista. Sempre estava envolvida em projetos. Principalmente, com jovens em situação de vulnerabilidade social. Executou um projeto de inclusão com as crianças da Vila Emater, no antigo lixão de Maceió.


Peró de Andrade deixou esta vida neste domingo, 15, para a tristeza geral do meio cultural nesta terra que pouco valoriza os produtores culturais nativos. Peró foi uma guerreira, com “Suma Majestade, o Circo”.

Mas, foi jornalista Hannah Cupertino, no desembarqueal.com.br, que  vi a descrição perfeita do tamanho da artista valorosa que foi a Peró.


“Uma artista com o dom e a missão de educar, formar cidadãos, por meio da cultura. O circo é o universo encantado, mágico e repleto de potencialidades percorrido por Peró de Andrade para promover a cidadania e transformar vidas. Com o projeto Sua Majestade O Circo, fundado há 25  anos, ela atendeu a milhares de crianças de comunidades carentes, propagando a arte circense em aulas que envolvem não só as técnicas das performances, como também lições para toda a vida. Mas a história de Peró no circo começou bem antes”.


A jornalista destaca em reportagem o relato da artista em setembro deste ano:


– Meu início no circo foi em 1991, quando estreou o Grande Circo Popular do Brasil, do ator Marcos Frota, que estava em Recife e veio para Maceió. Aqui, na universidade (Ufal), tinha o professor e diretor de teatro Luis Maurício Brito Cavalheira, foi professor do Marcos Frota há muitos anos, eles tinham trabalhado juntos no Mamulengo Sorriso, em Olinda. Lula (o professor) me convidou para ir até o circo para ver a produção, eu fui a Recife conhecer o circo, vi o espetáculo e voltei. Uns 20 dias depois, mais ou menos, toca a campainha do apartamento onde eu morava. Aí eu disse: oxente, como liberaram e não sei quem tá tocando? O porteiro disse: é o irmão da senhora. Quando eu abri, eram Marcos, Ulisses Cruz e o Lula, que morava comigo e o porteiro achava que era meu irmão. Foi aquela festa, aquela emoção por receber Ulisses Cruz, que na época estava no auge, na Alemanha e na Inglaterra com espetáculo. Eu fiquei muito emocionada porque eu vinha do teatro e estava com o Ulisses Cruz, que na minha opinião era o top, me convidando para fazer uma produção do novo espetáculo que ele ia dirigir do Grande Circo Popular do Brasil, que hoje é Marcos Frota Circo Show, eu aceitei e fui para passar 15 dias, fiquei 30 anos (risos)”, conta Peró com muito entusiasmo e alegria.


E a história continuou no Desembarque:


Em 1999, eu resolvi que ia sair do circo e ia fundar um projeto social em Maceió porque o Soleil tinha feito uma parceria comigo, se eu fizesse esse trabalho aqui, seria mantido por eles. Eu aceitei, vim para Maceió, comecei no Jacintinho, do Jacintinho eu fui para a Cruz Vermelha, que estava recebendo os meninos da Vila Emater, lá no lixão (na época), eu topei. Eu trouxe os meninos, a kombe ia buscar as crianças do Jacintinho, no Peixoto, e levava para a Cruz Vermelha, onde muitos deles já eram multiplicadores sociais. Na Cruz Vermelha, começou o trabalho com os meninos da Vila Emater, mas quando a turma completava 15 anos, tinha que sair. Eu achei aquilo um absurdo e o Nô Pedrosa disse: você não é nenhuma madame, vamos ao lixão arrumar um espaço e a gente forma o projeto lá, você não depende da prefeitura. E assim nós fizemos, subimos o morro, naquela época não tinha o acesso pelo São Jorge, era pela antiga Emater, e fomos muito bem recebidos”, lembra Peró.


A história, por si só, já revela a todos o tamanho da perda para a cultura estadual e para as gerações formadas na luta dificílima travada por Peró Andrade e poucos apoiadores em projetos para garantir cidadania a parcela da população que mais precisa, sobretudo, quando o poder público lhe negou o apoio para que pudesse ampliar a construção de um novo tempo para crianças e adolescentes que dependiam do voluntarismo na formação cidadã.


Peró se foi mas fica o seu legado de guerreira, enquanto produtora cultural em Alagoas.

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