Murais de luta e esperança: a arte que resistiu à ditadura chilena
11/09/23
By:
Redação
As brigadas muralistas são uma tradição que remete aos anos 1960 e 1970, quando era comum ver paredes pintadas por todo o Chile com textos e imagens artísticos.
A estudante de artes visuais Javiera Rodriguez-Peña, da Brigada Ramona Parra, está a frente do projeto “Pincel, tinta e garra”. A campanha nas redes sociais convoca jovens de todo o país para “sair às ruas e enchê-las de memória e cores”.
A missão é pintar 50 muros no Chile, desde o extremo-norte da região de Arica até o extremo-sul de Magallanes, para lembrar os 50 anos do golpe militar que encerrou o governo do socialista Salvador Allende e iniciou a ditadura liderada por Augusto Pinochet.
O convite é para um envolvimento coletivo de jovens dedicados a espalhar pelo país mensagens em defesa dos direitos sociais e políticos.
As brigadas muralistas são uma tradição que remete aos anos 1960 e 1970, quando era comum ver paredes pintadas por todo o Chile com textos e imagens que expressavam o sonho de um novo mundo, sem injustiças e desigualdades. Tão logo Pinochet tomou o poder, muralistas foram perseguidos.
Em um primeiro momento, as paredes foram manchadas com o sangue de muralistas fuzilados em frente a elas. Depois, os desenhos foram substituídos por paredes brancas opacas, pintadas por militares. Os que fugiram dos ataques tiveram de escolher entre a clandestinidade ou o exílio.
Os jovens muralistas eram parte de uma dinâmica nacional de propaganda política, que envolvia diferentes organizações na disputa por influência sobre a população.
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