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Arquivo Público de Alagoas ganha acervo de um dos maiores conjuntos de documentos do estado

02/01/24

By:

Redação

Instituição completou 62 anos neste sábado (30) e materiais do professor Luiz Sávio de Almeida marcam grande contribuição dele.

O professor Luiz Sávio de Almeida encerrou sua palestra no Arquivo Público de Alagoas (APA), no dia 21 de dezembro de 2021 – quando o estado vivia ainda sob a pandemia de Covid-19 –, juntou as cinco páginas de papel A4 onde havia rabiscado de próprio punho o roteiro do que iria falar naquela noite e as entregou à superintendente da instituição, Wilma Nóbrega.


Wilma Nóbrega tentou explicar ao professor que a ideia era falar sobre a importância do Arquivo Público para a preservação da memória e história alagoanas, aproveitando o mês em que o equipamento faz aniversário, comemorado neste sábado (30). Sávio de Almeida entendeu e decidiu abandonar o assunto que havia preparado – sobre o papel da mulher na história de Alagoas – para se dedicar ao APA.


Era a 40ª edição do Chá de Memória, projeto que visa a dinamização do Arquivo Público com a realização mensal de palestras, mesas redondas e debates sobre os mais variados temas envolvendo pesquisadores, historiadores e a sociedade alagoana. Naquela noite, além de Sávio de Almeida, participaram do evento o então secretário de Estado da Comunicação, Ênio Lins, e a própria Wilma Nóbrega.


Sávio de Almeida – falecido no dia 10 de fevereiro de 2023, aos 80 anos – decidiu doar para o Arquivo Público todo o seu acervo pessoal, composto de mais de 10 mil documentos, entre itens pessoais, manuscritos de livros, teses de doutorado, dissertações de mestrados, pesquisas indígenas e com religiões de matrizes africanas. A relação completa de documentos pode ser conferida no site do APA.

O único pedido do professor foi de que o acervo não se separasse – ou seja, não fosse espalhado por instituições diferentes – e que recebesse o título de Coleção Sávio de Almeida, no que Wilma Nóbrega concordou de pronto, por achar muito justo. “Ganhamos o maior presente”, comemorou a superintendente do APA.


A operação para o repasse do conjunto de documentos envolveu Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e o próprio Arquivo Público. Comandado pelo professor Danilo Marques, coordenador geral do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Ufal, o trabalho de catalogação teve início em 2022 e se estendeu por um ano e meio.

Depois de fazer todo o alinhamento das ações de catalogação, Maicon Marcante passou os trabalhos de separação de documentos para o pesquisador Lucas Paranhos Netto Bernardes, da Fundepes. Ao lado de bolsistas do Neabi, ele dividiu o acervo em 16 séries – docência, documentos pessoais, periódicos, teses, dissertações, monografias, entre outras – e subséries.

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